Breaking, skate e surfe: entenda a relação

Nos dias de 19 e 20 o Parque Madureira irá receber o Breaking do Verão, proposta essa que visa unir os elementos da cultura urbana em dois dias incríveis com muita música e Breakdance. 

Como sabemos nos dias de hoje, a cultura urbana é a que possui o maior número de adeptos e consumidores do lifestyle ao redor do mundo. Apesar do surfe ser um esporte praticado fora das ruas, seu surgimento antecede e está ligado ao skate que é um dos principais movimentos da atualidade, assim como o Breaking. 

Qual a relação entre o Skate, o Surfe e o Breaking?

Atualmente os três esportes estão em nível olímpico, e, apesar das controvérsias geradas por essa decisão, podemos notar cada um desses elementos como a representação de mudança nas Olimpíadas, trazendo o que há de melhor nas ruas para um dos maiores eventos esportivos do mundo. 

Tendo seu primeiro boom no final da década de 50, o skate nasceu quando não havia ondas no litoral da Califórnia, berço do Surfe. 

Nessa época, a intenção dos surfistas era imitar as manobras praticadas no mar em cima das rodas e eixos nas pranchas de madeira. 

Não demorou muito para que os primeiros skates fossem fabricados, onde a partir de 1965 tivemos um crescimento dos próprios campeonatos e o desenvolvimento de um comportamento que até os dias de hoje influencia milhões de pessoas.

O Breaking fala de coletividade, competição saudável e respeito.

Segundo a COI, (Comitê Olímpico Internacional) a decisão de incluir o esporte nas Olimpíadas é um movimento de comunicação com a juventude presente nos espaços urbanos, desmistificando a ideia de apenas esportes tradicionais fazerem parte do evento.

O Breaking se tornou uma forte influência no comportamento da juventude, estabelecendo novas linguagens, formas de se vestir e tendências que quebram os paradigmas eurocêntricos, estando presente nas vidas mesmo dos não praticantes.

Entendendo essa importância de cada um dos movimentos, fomos atrás de pessoas reais, praticantes do esporte que tiveram suas vidas influenciadas e transformadas por ele, como é o caso de Gutemberg Alves surfista de 54 anos que nos disse sobre sua relação com o Surfe:

A minha relação com o surfe teve início quando eu comecei a frequentar o arpoador nos anos 80. Quando comecei a praticar o bodyboard, e, na década de 90 indo morar no recreio, tive diversas fases que influenciaram meu comportamento. 

No arpoador tive vários amigos, a gente revezava, comia aquele famoso pão com mortadela, hahaha.

Nossa diversão era ir pra praia e ter esse contato com o mar. Bons tempos! Até hoje eu surfo e como cresci na Zona Oeste (Padre Miguel) cruzei por muitos anos o Rio de Janeiro inteiro para ter uma frequência bacana com o mar, isso foi muito importante pra minha vida.

créditos: @Ilovemyanalog

Diogo Souza tem o skate como base da sua vida há quase duas décadas. Cria da Baixada Fluminense também nos disse um pouco da sua relação com o esporte:

O meu primeiro contato com o skate foi quando eu tinha 7 anos. Ganhei de presente um Skate Tubarão, ele nem era indicado para quem estava querendo começar a andar, mas aprendi assim mesmo, na raça. 

O skate sempre se fez presente na minha vida, seja o skate material que a gente pode fazer sessão com os amigos, quanto a parte mais filosófica, responsável pela forma como a gente enxerga a vida e os obstáculos dela, nossos erros e acertos assim como a forma que a gente busca sempre estar evoluindo. 

Ao longo desses anos eu tenho três picos que marcaram de fato minha vida, em primeiro o Skate Park de Olinda na Baixada Fluminense, onde eu descobri o que era ser skatista.

O segundo pico o Plaza Houssay em Buenos Aires, que tem uma importância foda pra quem é de lá além de ter sido uma trip internacional que eu tive a oportunidade de fazer parte. 

E o terceiro pico, o meu lugar preferido pra andar de skate, a Praça XV no Centro do Rio de Janeiro. Ali é minha área, minha casa, quando eu tô feliz eu vou pra lá dar rolé e quando tô triste eu também tô lá. Nesse pico eu fiz e continuo fazendo vários irmãos, tô sempre ali.

créditos: @fmajuniorphoto 

Guilherme Guedes, A.K.A Chr1s Roc que é B-Boy e DJ falou um pouco sobre a influência do Breaking em sua vida:


O esporte unifica e constrói pontes que são passadas de geração para geração. Que tanto o surfe, quanto o skate e o Breaking possam brilhar cada vez mais nas Olimpíadas e continuar influenciando gerações.

créditos: : B-Boy: Chr1s Roc Original FlowKidz